terça-feira, 5 de outubro de 2010

Questão de transparência


Luciano Pires
Blog do Servidor/CB - 05/10/2010



Todos os meses, o Ministério da Previdência divulga os números do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Por mais "incômodo" que seja para o governo, estão lá receitas e despesas tanto do sistema urbano, como do rural. Tudo tabulado e explicado tim-tim-por-tim-tim. Esse balanço é público, detalhado e sempre (ou quase sempre) feito pelo próprio ministro.


O mesmo não acontece com a Previdência do funcionalismo. Nesse caso, prevalece a informação pela metade, restrita a poucos privilegiados da Esplanada. Este blog, por exemplo, publicou em fevereiro o resultado de 2009 depois de longos três meses de espera pelo envio dos dados oficiais.

Outro dia, questionei um desses técnicos alçados a ministro sobre o porquê do tratamento diferenciado, por que o INSS é tão transparente e o Regime Próprio (aposentadoria do servidor) acabou lançado às sombras. "Pergunte ao Ministério da Fazenda", me respondeu o cidadão, como quem tira o corpo fora.

Retruquei dizendo que os relatórios são, de fato, produzidos pelo Tesouro Nacional, mas que a Previdência os recebe on-line, assim como o Ministério do Planejamento. Por que, então, ninguém joga luz sobre isso? "É uma questão delicada. Nenhum ministério quer passar na frente do outro", devolveu o ministro.

Nas entrelinhas entendi que, no fundo, ninguém quer mesmo é ficar marcado como um portador crônico de más notícias, já que a Previdência do funcionalismo é deficitária desde que o Brasil é Brasil.


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