Correio Braziliense - 10/03/2012
Na primeira reunião com o recém-empossado secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, na quarta-feira passada, representantes das 43 entidades sindicais apresentaram, como prioridade, a preocupação sobre os próximos reajustes dos servidores públicos. Mas Mendonça não sinalizou qualquer possibilidade de aumento. Aos sindicalistas, limitou-se a dizer que vai estabelecer, em primeiro lugar, um "método" para as negociações e o cronograma para reuniões, lembrando que o país está em um momento de "austeridade fiscal".
O presidente da Associação Nacional dos Advogados da União (Anauni), Marcos Luiz Silva, afirmou que as entidades esperam que as negociações avancem e que o governo apresente uma proposta concreta a partir de abril. "Não houve nenhuma manifestação sobre qual será a política de remuneração do governo daqui para frente, se vai haver reposição da inflação ou algum tipo de reajuste", relatou Silva.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef) ameaça fazer greve a partir do mês que vem. A secretaria chegou a alertar, no início do encontro, que só poderão negociar com o governo as entidades de classe que integram fóruns ou federações, excluindo a Anauni e outras presentes. Mas o secretário garantiu que todas serão ouvidas. Também estava presente no encontro, que durou duas horas e meia, o secretário-executivo-adjunto do Planejamento, Valter Correia.
Ex-diretor do Departamento Nacional de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Mendonça substituiu Duvanier Ferreira Paiva, que morreu de infarto em janeiro. Paiva estava à frente da Secretaria de Recursos Humanos, que teve suas funções esvaziadas e limitadas às negociações com as entidades sindicais que representam os servidores.