O DIA - 17/04/2012
Rio - As boas
remunerações oferecidas pela Advocacia-Geral da União (AGU) não têm sido
suficientes para evitar os altos índices de evasão de funcionários da área
jurídica do governo federal. Apesar dos ganhos entre R$ 15 mil e R$19,5 mil, a
diferença salarial para os membros do Ministério Público Federal (R$25 mil) e magistrados
(R$22 mil) é a principal queixa da categoria, segundo entidades sindicais.
Outro fator seria a falta de autonomia e de garantias para exercer a função.
O problema já ocorre antes da posse: cerca de 20% dos
aprovados desistem de assumir o cargo porque, até serem chamados, já passaram
em outro concurso mais interessante. Nos primeiros dois anos após ocuparem os
postos, mais 20% dos profissionais desistem. Com isso, a desistência dos
aprovados nas seleções da AGU é de 40% em dois anos. Os dados são da Associação
Nacional dos Procuradores Federais (Anpaf). Todos os anos, cerca de 60
profissionais se desligam do órgão, revelam representantes da categoria.
Diretor-Geral da União dos Advogados Públicos Federais do
Brasil (Unafe), Luis Carlos Palacios afirma que a migração dos servidores para
outras entidades é mesmo preocupante. No concurso para procurador da República
do MPF, no mês passado, dos 71 aprovados, 30 são da AGU.
Segundo Palacios, a dificuldade do concurso para a AGU não
se diferencia dos certames para outras instituições jurídicas do País, o que
poderia justificar os dados.