Ana Carolina Dinardo
Correio Braziliense
- 26/04/2012
Servidores de diversas categorias tumultuaram ontem as ruas
de Brasília. Com fogos de artifícios, faixas e apitos, os manifestantes se
concentraram em frente a prédios públicos. No Ministério da Saúde, as duas
entradas foram bloqueadas e trabalhadores foram impedidos de entrar no local.
As portas ficaram fechadas por cerca de uma hora, quando os manifestantes
seguiram para o Palácio do Planalto.
A manifestação teve o objetivo de pressionar o governo pelo
reajuste de 78% nos salários acordado em 2010, mas que ainda não saiu do papel.
Reunidos na Praça dos Três Poderes, os servidores pediam ao governo que abrisse
a mesa de negociações e ameaçavam fazer uma greve nacional. "Aguardamos a
resposta positiva do governo", disse o secretário-geral do Sindicato dos
Servidores Públicos do Distrito Federal, Oton Pereira Neves. Segundo ele, a adesão
à manifestação foi forte em vários setores do funcionalismo público e, ao que
tudo indica, deve ser ampliada. Neves adiantou que, no próximo dia 4, as
categorias vão se reunir em plenária para avaliar as propostas e unificá-las.
"Queremos agir juntos, sem restrições", enfatizou.
A Secretaria-Geral da Presidência da República informou que
dois assessores receberam a demanda dos servidores e que vão encaminhá-las ao
ministro Gilberto Carvalho. Mas a data para a primeira reunião entre a
categoria e o governo ainda não foi definida.
Corrupção
Enquanto servidores do Executivo protestavam na Praça dos
Três Poderes, advogados e defensores públicos escolheram o entrada da
Advocacia-Geral da União (AGU) como cenário para manifestação. O grupo parou o
trânsito em frente ao prédio para exigir pressa na aprovação da reforma do
Judiciário e reajustes salariais da categoria. Além disso, pedem que haja
mudanças, sobretudo no combate à corrupção. "O quadro de abandono das
carreiras públicas e a falta de um sistema informatizado entre as categorias não
podem continuar", afirmou o presidente do Fórum Nacional da Advocacia
Pública Federal, Alan Titonelli. Até o fechamento dessa edição, o governo não
havia se pronunciado em relação às reivindicações da categoria.
"O quadro de abandono das carreiras públicas e a falta
de um sistema informatizado entre as categorias não podem continuar"
Alan Titonelli, presidente do Fórum Nacional da Advocacia
Pública Federal