Fernando Exman, Bruno Peres e Lucas Marchesini
Valor Econômico - 18/07/2012
Brasília - Após apresentar uma proposta de reajuste salarial
para o magistério, o governo federal negou-se ontem a fazer nova oferta para o
setor e abrir negociações com outras categorias em greve.
O Executivo já admitiu fazer concessões aos professores das universidades federais, às Forças Armadas e à base do funcionalismo público. No entanto, resiste a acolher as demandas de categorias que já contam com altos salários. A presidente Dilma Rousseff e seus auxiliares argumentam que não podem arriscar a solidez fiscal do país em meio à crise financeira internacional.
O Executivo já admitiu fazer concessões aos professores das universidades federais, às Forças Armadas e à base do funcionalismo público. No entanto, resiste a acolher as demandas de categorias que já contam com altos salários. A presidente Dilma Rousseff e seus auxiliares argumentam que não podem arriscar a solidez fiscal do país em meio à crise financeira internacional.
Ontem, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, reuniu-se
com 42 reitores de universidades federais em greve para avaliar a repercussão
da proposta de reajuste salarial apresentada pelo governo. De acordo com o
ministro, a posição relatada pelos reitores foi de que, na maioria das
instituições, os professores pedem que os reajustes de até 27% para aqueles que
têm título de mestre e até 45% para doutores seja antecipado.
A proposta do governo prevê o acréscimo escalonado em três
anos, e Mercadante descartou a possibilidade de atender à reivindicação.
"Em ano de crise, o governo quer garantir emprego de quem não tem
estabilidade", disse, reforçando que a oferta inclui um "esforço
fiscal muito grande" e é impossível "ir além".
Outro ponto tratado na reunião foi o reajuste para os cargos
técnicos das universidades, item que não foi contemplado na proposta inicial do
governo. Mercadante afirmou que a prioridade são os professores, mas não
descartou avaliar o pedido após a resolução da questão dos docentes.
No Palácio do Planalto, a avaliação é que a oferta
apresentada pelo governo é boa e que os professores queimam pontes de
negociação ao rechaçá-la. A presidente Dilma participou do processo de
elaboração da proposta.
Já o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT),
Vagner Freitas, pediu à ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, um
"destravamento" na negociação entre o governo e os servidores
públicos federais em greve. "A greve não pode acontecer sem que haja um
processo de tentar uma solução.
E fazer uma proposta econômica é tentar uma
solução para ver se os trabalhadores concordam ou não", disse. O
presidente da CUT deve tratar do assunto com os ministros Gilberto Carvalho
(Secretaria-Geral da Presidência) e Miriam Belchior (Planejamento).