sexta-feira, 20 de julho de 2012

Governo sinaliza reajuste em 3 anos



Rosana  Hessel
Correio Braziliense     -     20/07/2012




Servidores esperam propostas até o fim deste mês para garantir benefícios a partir de 2013

O governo sinalizou ontem a sindicalistas que apresentará propostas de reajuste ao longo de três anos para servidores públicos federais.

Os trabalhadores esperam as ofertas até o fim do mês para que elas possam ser discutidas antes de 31 de agosto, quando termina o prazo para a conclusão do projeto orçamentário de 2013. “Até agora, só houve para os professores, e eles vão fazer uma contraproposta. Mas é preciso que o debate seja feito com as outras categorias”, afirmou o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas.

O sindicalista foi recebido no fim da tarde pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, e pelo ministro da Educação, Aloizio Mercadante, no Palácio do Planalto. Freitas sugeriu a criação de um canal permanente de negociação dos contratos coletivos e de longo prazo. No entanto, ele demonstrou frustração com o argumento do Executivo de que a instabilidade econômica mundial tem proporções maiores do que a de 2008 e de que o Planalto quer fomentar o crescimento do mercado interno para sair da turbulência sem desconstruir a atual política econômica. “Entendemos essa crise, mas afirmamos que ela não é culpa dos trabalhadores”, disse.

O governo, todavia, avisou que cada ministério receberá as lideranças das categorias em greve e explicará que, no momento, não há espaço no Orçamento do ano que vempara atender a fatura de R$ 92,2 bilhões — quase a metade da folha atual. Além disso, informou que os servidores de braços cruzados terão de arcar com o corte no ponto pelos dias parados. Sem falar que a paralisação em mês de férias vem sendo malvista no Planalto.

Segundo Freitas, a “radicalização” do Planalto, como o corte do ponto, apenas prejudica as negociações com os servidores. No entanto, o sindicalista descartou a possibilidade de uma greve geral em agosto. “Por ora, não temos isso em discussão”, afirmou.

Outra prioridade

O discurso do governo tende a continuar rígido, uma vez que a prioridade é corrigir os salários das categorias mais defasadas, como os dos militares. A presidente Dilma Rousseff e a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, falaram sobre o assunto ontem pouco antes da cerimônia de lançamento do PAC Mobilidade para as cidades médias. No fim da tarde, elas voltaram a se reunir, mas, certamente, não foi para discutir o balanço do Programa Aceleração do Crescimento, que será apresentado no próximo dia 26.

A crise internacional tem afetado a economia do país, que deverá crescer menos da metade dos 4% previstos pelo Ministério da Fazenda. Preservar os empregos do setor privado, portanto, é uma das prioridades da presidente e o governo vem lembrando que os servidores tiveram vários reajustes durante a gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.


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