Gheisa Lessa
O Estado de S. Paulo
- 30/08/2012
O presidente do Sindicato dos Servidores da Polícia Federal
de São Paulo (Sindpolf-SP), Alexandre Sally, afirmou nesta quinta-feira que,
além de a categoria não aceitar a proposta, há um impasse político que
prejudica as negociações. Segundo ele, o Ministério da Justiça defende a
categoria dos delegados da Polícia Federal - que também está em greve por
aumento salarial. "Reestruturar a carreira dos policiais, faz com que o
nosso salário se aproxime ao dos delegados e eles não querem isso, dizem que
pode interferir na hierarquia da corporação. O Ministério diz que não pode
atender as duas categorias, o que atrasa a negociação", diz.
No início das paralisações, os policiais federais realizaram
uma série de operações-padrão em rodovias, portos e aeroportos do País o que
causou atrasos e congestionamentos. Nas ações, o transporte de mercadorias
chegou a ficar comprometido em alguns estados. No dia 17 de agosto, uma liminar
foi deferida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) proibiu as
operações-padrão.
A categoria integra os cargos de escrivães, papiloscopistas
e agentes federais. Além da reestruturação da carreira e reconhecimento dos
cargos de nível superior, a Polícia Federal também quer o aumento do efetivo.
Os Policiais Federais decidiram, em assembleia geral
realizada nesta quinta-feira, manter a greve nacional. A assembleia aconteceu
com representantes da Federação Nacional dos Policiais Federais (FenaPRF) e dos
27 sindicatos dos estados brasileiros. Às 15h20 o presidente do sindicato
paulista confirmou que a categoria recusa a proposta do governo de reajuste
salarial de 15,8%, valor que deve ser fatiado em três parcelas anuais.
"Queremos reestruturação da carreira e o reconhecimento dos cargos de
nível superior. Sem isso, a greve continua por tempo indeterminado",
afirmou Sally .