Vera Batista
Correio Braziliense -
24/09/2012
Esse é total de vagas abertas em concursos no Brasil
Apenas o governo federal abriu seleções públicas para
contratar mais de 9 mil novos servidores. Entre elas, estão as que vão
preencher os quadros das agências nacionais de Águas (ANA) e de Aviação Civil
(Anac). No Distrito Federal, há 476 postos disponíveis, boa parte deles na
Secretaria de Saúde. Estados e municípios pretendem convocar 21 mil
funcionários. Mas, atenção: a maioria das inscrições encerra-se em 22 de
outubro. Professores dão dicas para quem vai começar a estudar agora
Apenas para o governo federal, seleções oferecem mais de 9
mil cargos. Prazo de inscrição de alguns certames termina hoje
Depois de um período de escassez, as chances de acesso ao
serviço público se ampliam a cada dia em tem todos os estados do país e no Distrito
Federal. Mas, para identificá-las, os candidatos precisam ficar atento aos
prazos de inscrição — presencialmente ou pela internet —, às áreas de sua
preferência e aos locais onde há maior oferta. O Correio fez os cálculos e
concluiu que existem, hoje, 30.899 vagas disponíveis nos concursos públicos,
distribuídas pelo Brasil. Só em Brasília, são 476 colocações. Os órgãos
nacionais ostentam 9.403 postos. Há também 21.020 chances estaduais e
municipais. Em alguns casos, o prazo de inscrição termina hoje, casos do
Exército Brasileiro, do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE) e
da Marinha do Brasil.
A maioria das inscrições se encerra em 22 de outubro.
Encontre a entidade pública de sua preferência, olhe no edital a matéria com
maior peso na nota e mantenha o foco nela, aconselha o professor Ernani
Pimentel, presidente da Associação Nacional de Proteção e Apoio dos Concursos
(Anpac). "E não se esqueça de ver, principalmente, qual o programa de
português, cadeira que reprova 70% dos candidatos.". Em seguida, é
fundamental analisar, com sinceridade, seus compromissos diários, de modo a
fazer uma programação adequada, identificando a quantidade real de tempo
disponível para estudar. "Tem que se tomar como ponto de honra a criação
de uma rotina e mantê-la. O esforço será apenas nos dois primeiros meses, daí
para frente, a coisa acontece", salientou.
Na avaliação de Mariano Borges, professor do Gran Cursos, é
importante, a princípio, definir o cargo desejado, aquele que se aproxime ao
máximo do emprego dos seus sonhos. "Acho importante prestar qualquer
concurso para treinar. Mas é preciso definir o que, efetivamente, se quer.
Porque você vai ficar lá por 30 ou 35 anos e não vai ser fácil permanecer na
função durante esse tempo todo", disse.
Terceirização
Borges aconselhou começar a estudar pela matérias básicas,
comuns a todos os concursos: português, direito administrativo e direito
constitucional. E, para quem vai arriscar um certame pela primeira vez, se
inscrever em um curso preparativo para aprender as estratégias de concentração
e de divisão das tarefas é aconselhável. "Esses cursos sempre dão um norte
de como organizar os estudos", afirmou. Ele garantiu que quem estuda,
passa. "Não tem esse negócio de ser ou não ser inteligente. A palavra é persistência.
Nunca vi ninguém não passar após dois ou três anos de dedicação. Só existem
duas categorias de cidadãos: os que são aprovados e os que desistem. E tem
gente que estuda só três meses e consegue", destacou.
O professor refuta, também, os argumentos de que o serviço
público é inchado e ineficiente, porque o candidato que agora se esforça para
passar é o mesmo que, depois, se transformará em mau exemplo. "É uma visão
distorcida. O concurso é uma forma de trazer moralidade", enfatizou Borges.
Ernani Pimentel também fez questão de combater o discurso de
analistas do mercado financeiro sobre gastos excessivos do governo com pessoal.
"É propaganda daqueles que querem ganhar dinheiro com serviços
terceirizados. Há muitos cargos vagos que devem ser urgentemente
preenchidos", afirmou. Em seus cálculos, se todos as posições disponíveis
estivessem ocupadas, o que não acontece — devido à terceirização de mão de obra
—, para manter a máquina funcionando e se aproximar a países de alto nível de
eficiência, como Alemanha e Japão, o Brasil precisaria aumentar em 20% o número
de servidores públicos.