Flávia Foreque
Folha de S. Paulo
- 03/09/2012
BRASÍLIA - O
sindicato de maior representatividade dos professores universitários defende a
continuidade da greve da categoria, que já dura mais de três meses, mas
reconhece a possibilidade de uma saída unificada da paralisação.
Em comunicado divulgado ontem à noite, o Andes (Sindicato
Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior) afirma ser
necessário questionar se a continuidade da greve traz "reais
possibilidades de conquistar a reabertura de negociações em curto prazo e sobre
o arsenal de iniciativas que seria necessário dispor para quebrar a
intransigência do governo".
O texto apoia a continuidade da greve, que segundo o Andes
foi amplamente defendida nas assembleias de sindicatos nos Estados. Ao mesmo
tempo, sugere que a suspensão unificada da greve seja debatida em uma nova
rodada de reuniões em todo o país, prevista para esta semana.
"Em caso de posicionamento favorável, que indiquem o
marco temporal para a suspensão unificada", diz o comunicado.
Desde maio, das 59 universidades federais do país, 57
aderiram ao movimento. Algumas instituições, no entanto, decidiram encerrar a
paralisação após a assinatura do acordo entre governo e Proifes, entidade que
também representa os docentes. Ao menos oito deixaram a greve e devem retomar
as aulas neste mês.
INSTITUTOS
Nos institutos federais, a previsão é de que as aulas sejam
retomadas na próxima semana. Apesar de não ter aceitado a oferta do governo, o
sindicato dos docentes dessas instituições defendeu o fim da paralisação. Nesta
semana, a categoria deve discutir o calendário de reposição das aulas.
Técnicos-administrativos de universidades e institutos
também voltam à ativa. Eles assinaram acordo com o governo, que ofereceu
reajuste de 15,8% até 2015, além de novos índices para evolução na carreira e
incentivo à qualificação dos técnicos.
Para os professores, o Planejamento fez a oferta de
reajustes entre 25% e 40% e redução de 17 para 13 degraus na carreira.