Vera Batista
Correio Braziliense -
06/11/2012
O governo mostra irritação quando o assunto é reajuste de
servidor público fora dos padrões estabelecidos em 31 de agosto. O deputado
federal Amauri Teixeira (PT-BA) confirmou que espera, hoje, uma resposta de
Luiz Baião, assessor especial da ministra do Planejamento, Miriam Belchior,
sobre novas negociações com categorias que não aceitaram os 15,8% de aumento,
em três parcelas de 5%.
O ministério nega que Baião tenha ido ao gabinete do
parlamentar, em 31 de outubro, a mando de Miriam Belchior, falar de reajuste.
Admite, apenas, que ele foi lá discutir demandas sobre vagas na Defensoria
Pública.
Teixeira rebate: "A conversa com Baião não foi sobre
vagas. Perguntei pessoalmente à ministra sobre a retomada das negociações. Ela
respondeu: "não vejo problema. Converse com Baião e acerte com ele".
Portanto, Baião tratou, sim, de reajuste salarial. Esse era o objetivo".
O deputado ressaltou ter aconselhado os funcionários
públicos a baixarem as expectativas e aceitarem imediatamente os 15,8%.
"Assim, acho que tudo se resolve até o final do ano e essas sete carreiras
receberão os 5% programados para 2013", disse.
Outro que tenta audiência com a ministra é o deputado João
Paulo Lima (PT-PE). "Pedi reforço ao líder do governo na Câmara, Arlindo
Chinaglia (PT-SP), para convencê-la a não deixar o trabalhador sem nada. Quando
prefeito de Recife, eu sempre mandava no orçamento o que a prefeitura podia
dar." Os sindicalistas preferiram não participar da queda de braço entre
Executivo e Legislativo.
Dispostos a ouvir
A presidente do Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais do
Trabalho (Sinait), Rosângela Rassy, disse que os servidores só querem ouvir.
Admitiu, no entanto, que "todos aguardam a boa vontade do Executivo até 22
de dezembro, quando começa o recesso parlamentar".