Vera Batista
Correio Braziliense
- 08/11/2012
Maioria dos magistrados do país cruzou os braços nos últimos
dias para cobrar do governo reajuste salarial de 28,86%
A paralisação dos juízes nos últimos dois dias teve
repercussão em todo o país. Segundo balanço da Associação Nacional dos
Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), 90% dos cerca de quatro mil
magistrados aderiram ao movimento.
A Associação dos Juízes Federais do Brasil
(Ajufe) informou que 60% dos associados (1.700) não trabalharam. Eles fizeram
atos de protesto para demonstrar a insatisfação da carreira com a falta de uma
política remuneratória e visitaram parlamentares, em busca de apoio para a
reposição de perdas salariais de 28,86% desde 2005, quando começou o subsídio
em parcela única. A meta é manter a pressão sobre o governo.
Pela manhã, entregaram a pauta de reivindicações ao
presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ayres Britto. Na parte
da tarde, reuniram-se com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e com
o senador Romero Jucá (PMDB-RR), relator-geral do Orçamento de 2013.
A conversa
com Jucá foi considerada estratégica e decisiva, porque qualquer aumento de
salário, após o encerramento das negociações, em 31 de agosto, depende de
previsão de receita. Os juízes reclamam que, todo ano, o presidente do Supremo
envia a proposta salarial da categoria para o Executivo, e este sequer repassa
o pedido ao Congresso.
Tanto Sarney quanto Jucá, segundo a Anamatra, afirmaram que
apoiam o movimento e já tentaram defender aumentos salariais de servidores com
a presidente Dilma Rousseff. Mas ela se mantém firme na decisão de não ampliar
os gastos.