Heloisa Brenha
Folha de S. Paulo
- 26/01/2014
Programas são frequentados por funcionários de governos e
ONGs
Idade média de aluno desses cursos caiu e hoje é de 33 anos,
segundo a FGV
Logo que Liliane Varanda, 29, começou a trabalhar, percebeu
que precisaria de um preparo mais específico para dar conta das demandas de sua
organização, que tem aproximadamente 570 mil funcionários e uma receita de
quase R$ 178 bilhões --o Estado de São Paulo.
"Senti a necessidade de mais conhecimento em direito
administrativo para entender as ferramentas de orçamento e saber como firmar
parcerias", conta.
Há quatro anos, a bacharel em relações internacionais foi
aprovada em concurso para trabalhar na Casa Civil paulista e procurou uma
especialização em políticas públicas para se aperfeiçoar.
"A procura por essa pós está crescendo muito, tanto da
parte de servidores públicos como de funcionários de instituições que trabalham
em interface com o governo, como ONGs, consultorias e organismos
internacionais", afirma a professora da FGV Alketa Peci.
Coordenadora do mestrado profissional em administração
pública da fundação no Rio, ela diz que, no ano passado, a demanda foi tão
grande que eles passaram a ofertar uma turma com calendário diferenciado para
atender alunos de outros Estados. Eles terão uma semana de aulas intensivas na
capital fluminense a cada mês e meio.
Segundo a professora, a idade média dos estudantes vêm
caindo de maneira expressiva e hoje está em torno dos 33 anos --90% deles são
servidores públicos.
"São funcionários de uma elite do setor público. Atuam
como gerentes em órgãos federais e secretarias estaduais e municipais. Também
há aqueles que estudam em nichos da administração voltados à pesquisa
aplicada", diz.
As pós-graduações da área recebem diferentes nomes, como
administração pública, gestão de políticas públicas (GPP) e administração
pública e governo. Os currículos, entretanto, têm poucas diferenças e variam
conforme o corpo docente da instituição.
No geral, eles ensinam teorias das ciências humanas que
podem ser aplicadas a ações do governo e de instituições relacionadas.
Nos cursos de administração pública, há formação em métodos
quantitativos e teorias clássicas de áreas como economia e sociologia.
Os de GPP também têm uma base teórica de humanas forte, mas
costumam dar mais ênfase ao estudo de políticas de governo.
Varanda optou por um mestrado profissional em GPP.
"Aplico o que aprendi no curso todos os dias, especialmente os conceitos
de federalismo e direito administrativo."
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