BSPF - 11/02/2014
Agentes, escrivães e papiloscopistas também se preparam para
suspender as atividades nos dias 25 e 26
São Paulo – Agentes, escrivães e papiloscopistas da Polícia
Federal irão suspender as atividades nesta terça-feira (11). Os profissionais,
que representam cerca de 80% da PF, vão organizar manifestações diante das
unidades da instituição, para denunciar o que consideram más condições de
trabalho. Eles ameaçam realizar greve nos próximos dias 25 e 26.
Entre as principais reivindicações, estão a reestruturação
da carreira e definição das atribuições dos agentes. "É uma situação
urgente, a Polícia Federal não tem atribuição de fazer segurança para
delegações estrangeiras, por exemplo, e precisamos resolver isso antes da Copa
do Mundo. Mas queremos que todas as atividades estejam em lei para visualizarem
a complexidade da nossa profissão”, disse o vice-presidente da Federação
Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Luis Boudens.
A entidade afirma ainda que os funcionários estão há sete
anos sem reajuste. “Em 2002, os nossos salários estavam no mesmo patamar dos
auditores da Receita Federal e hoje ganhamos metade do que eles recebem. O
governo nos colocou em um patamar abaixo do que deveríamos estar”, disse
Boudens. A federação afirma que o órgão tem sofrido "um boicote
oficial" do governo e acredita que isso ocorre por "uma espécie de
castigo" pelas operações anticorrupção da PF, como a do chamado mensalão.
Segundo pesquisa de 2013 divulgada pela Fenapef, 90% dos
policiais sentem-se subaproveitados na corporação, 70% consideram ter a saúde
afetada com o trabalho e 30% admitem tomar medicamento controlado, passando por
tratamento psicológico e/ou psiquiátricos. "Precisamos parar e mostrar
para toda a sociedade que a Polícia Federal está na UTI. O governo tem de
retomar as linhas de negociação", diz Boudens.
A assessoria de imprensa do Ministério da Justiça e
representantes do governo informaram que não se manifestam sobre movimento
grevista ou paralisações.