Jornal de Brasília
- 26/02/2014
Enterraram a segurança pública brasileira, ontem, na
Esplanada dos Ministérios. O funeral faz parte do protesto de agentes,
escrivães e papiloscopistas da Polícia Federal, que se reuniram em Brasília
para reivindicar melhores salários e condições de trabalho. Durante o ato, que
reuniu cerca de 80 policiais, eles deram a volta no Ministério da Justiça, com
um carro funerário, duas coroas de flores e um caixão e terminaram o ato na
rampa de entrada do edifício onde fizeram o enterro simbólico.
48 horas de braços cruzados
Policiais federais de todas as unidades da federação,
segundo o presidente do Sindicato dos Policiais Federais no Distrito Federal,
Flávio Werneck, fazem, desde ontem, paralisação de suas atividades por 48
horas. "Estimamos que 3 a 4 mil policiais federais vão protestar. Temos de
6 a 7 mil policiais na ativa", disse.
Investigações paralisadas
O sindicato informa que 30% do efetivo vai trabalhar
normalmente. Serviços como a emissão de passaporte estão funcionando. Apenas as
investigações estão paralisadas. "Há um apagão na segurança pública. Nosso
efetivo está de luto, insatisfeito, sucateado, mas vai atender à
população", disse Werneck .
Queda em indiciamentos
Segundo o sindicato, o sucateamento da categoria levou a uma
queda no número de pessoas indiciadas pela Polícia Federal. Entre 2010 e 2013,
houve uma queda de 60%, de acordo com a entidade.
Reivindicações
Entre as reivindicações dos policiais está a reestruturação
da carreira e a recomposição salarial.
Segundo Werneck, a categoria está há oito anos sem aumento
salarial e pede um reajuste de 38%.
Proposta rejeitada
O Ministério do Planejamento informou que ofereceu 15,8% de
reajuste, proposta que não foi aceita pela categoria. Segundo a pasta, não há
margem fiscal e financeira para conceder o reajuste pedido neste momento, mas
as negociações continuam abertas. "Rejeitamos o reajuste por não atender
às nossas principais reivindicações", disse Werneck .