Vera Batista
Correio Braziliense
- 06/02/2014
Servidores de vários estados e de diferentes categorias
fizeram, ontem, um ato em frente ao Ministério do Planejamento. Com o lema “Sem
o nosso time, o Brasil não entra em campo”, a manifestação teve como principal
objetivo reivindicar um encontro entre as entidades sindicais e a chefe da
pasta, Miriam Belchior, para discutir a pauta de oito itens protocolada em 24
de janeiro. Apesar da pressão, os funcionários públicos saíram de lá, mais de
quatro horas depois, apenas com a possibilidade de falar com a ministra em
breve e com a promessa de que receberão uma resposta por escrito até o fim
deste mês.
A princípio, Miriam não sinalizou qualquer intenção de
dialogar com os manifestantes. Mas, diante da ameaça deles de não arredar o pé
dali sem uma conversa presencial, uma comissão de 13 servidores acabou tendo a
permissão para entrar no ministério. Mas eles não falaram com a ministra. Ela
transferiu a tarefa ao secretário de Relações do Trabalho da pasta e negociador
oficial, Sérgio Mendonça, com quem o funcionalismo vem falando desde o ano
passado, sem resultados práticos, segundo os sindicalistas.
Conforme Sérgio Ronaldo da Silva, diretor da Confederação
Nacional dos Servidores Federais (Condsef), se o retorno do governo não for
satisfatório, a possibilidade de o funcionalismo cruzar os braços fica mais
forte. “Vamos nos reunir com o fórum dos servidores e discutir se partimos para
uma greve nacional ou se esperamos até 2015”, adiantou ele.
A presidente do Sindicato dos Servidores Administrativos da
Polícia Federal (SinpecPF), Leilane Oliveira, disse que, apesar de ter
considerado o desfecho do ato uma vitória, não houve novidades. “O próprio
Sérgio Mendonça disse, durante a reunião, que o governo já tem uma opinião
sobre a nossa pauta, mas não revelou qual era. Portanto, tudo que vão falar no
fim do mês já está alinhavado”, destacou.
Pleitos
Entre os pontos principais da pauta, os servidores
reivindicam a antecipação para 2014 da parcela de reajuste de 2015, a definição
de data-base e uma política salarial permanente. De acordo com assessoria de
imprensa do ministério, o encontro de ontem apenas sinalizou que “as
negociações entre o governo e os trabalhadores continuam”. Participaram do ato
500 pessoas, nos cálculos da Polícia Militar (1,5 mil, segundo os organizadores).
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