Agência Brasil
- 30/07/2014
O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves,
disse hoje (30), em entrevista coletiva, que, se for eleito, reduzirá pela
metade o número de ministérios em seu governo e extinguirá pelo menos um terço
dos cargos comissionados existentes hoje. Segundo ele, isso não significa que
todas as áreas atendidas pelos 39 ministérios atuais não sejam importantes, mas
sim que precisam ser “desburocratizadas”.
“Existe um grupo trabalhando no redesenho do Estado
brasileiro, comandado por aquele que eu considero o mais eficiente gestor
público, o ex-governador de Minas Gerais Antonio Anastasia. Estamos conversando
para redesenhar o Estado brasileiro”, disse o candidato, sem antecipar quais
ministérios serão cortados.
Segundo Aécio, pelo menos um terço dos ministérios pode ser
extinto “imediatamente”, de modo a reduzir “o gigantismo do Estado” e melhorar
a gestão pública. Além disso, ele disse que, nas áreas em que for possível, vai
estabelecer regime de metas aos funcionários públicos para estimular a melhor
prestação de serviços públicos. “O meu governo será o da meritocracia e da
eficiência.”
Antes da entrevista coletiva à imprensa, o candidato
prometeu a empresários de diversos setores reunidos em Brasília para sabatina
promovida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) que fará um choque de
infraestrutura no país se for eleito em outubro. Segundo ele, a medida terá que
ser tomada em parceria com o setor privado e a partir da atração de capital
interno e investimentos estrangeiros.
“Isso criará o ambiente propício para [o país] retomar a
capacidade de investimento e voltar a crescer. Mas 2015 já está precificado
pelo atual governo. Pela própria situação da Petrobras, que precisará ser
redefinida. Tudo isso deve ser orientado pela manutenção da solidez dos nossos
pilares macroeconômicos. O superávit será o possível e será feito de forma
absolutamente transparente, diferentemente do que ocorre hoje.”
Na sabatina, o tucano se comprometeu a construir uma agenda
comercial “e não ideológica como é hoje”. Pare ele, “o que deve prevalecer não
é o interesse de um governo”. Aécio Neves defendeu investimentos no setor
energético e garantiu que retomará o programa do etanol. Para ele, a Petrobras
é vítima das medidas do atual governo. “Estamos na contramão do mundo ao
subsidiar combustível fóssil. Temos que enfrentar de forma clara a questão do
gás e criar regras claras” afirmou, acrescentando ainda que é necessário buscar
novas fontes de energia alternativa, como a biomassa, “que, só com o que São
Paulo produz, poderia nos fornecer energia equivalente à [da Usina] de Belo
Monte”.
Entre as prioridades elencadas, o presidenciável defendeu a
retomada das negociações com outras regiões do mundo e a criação de mecanismos
que estimulem a internacionalização das empresas nacionais com o fim da
bitributação. Aécio disse que a atual política tenta incentivar esse movimento
do setor privado, ao mesmo tempo em que o “Fisco desestimula”.
Alinhando o discurso a uma das principais demandas dos
empresários, o tucano ainda garantiu um combate “diário” ao custo Brasil. “O
Brasil ainda é uma economia fechada. Mas isso tem que ser feito com estratégia.
Temos que criar as condições de competitividade, com choque de infraestrutura
em parceria com setor privado e aumento de produtividade da economia”,
defendeu.