Agência Brasil
- 06/08/2014
Dezenas de servidores em greve do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) estão reunidos em frente à sede da instituição,
no Centro do Rio de Janeiro. Eles aguardam uma reunião com representantes do
Ministério do Planejamento e da diretoria do órgão programada para hoje (6), às
15h. O objetivo é negociar o fim da paralisação nacional, que dura mais de dois
meses. A greve da categoria afeta pesquisas importantes do IBGE, como a que
mede o desemprego no país.
A categoria pede a readmissão dos cerca de 190 trabalhadores
demitidos durante a greve e a regularização da contratação de profissionais
temporários. O Sindicato Nacional dos Trabalhadores em Fundações Públicas
Federais de Geografia e Estatística (Assibge) denuncia a substituição de
servidores efetivos por temporários, com condições de trabalho precárias,
salários mais baixos e assédio moral. Para a categoria, a prática fragiliza o
IBGE.
“No contrato temporário, a pessoa deve trabalhar em pesquisas
sazonais. Na prática, eles fazem todas as pesquisas, como qualquer outro
efetivo e, se o chefe da agência determinar outras funções, como dirigir o
carro da instituição – sem manutenção e sem seguro - a pessoa não pode se
recusar, sob o risco de não ter o contrato renovado”, exemplificou a diretoria
da Assibge, Ana Magni. Segundo ela, o piso dos temporários é R$ 1,2 mil e dos efetivos, R$ 3 mil.
Nas contas do sindicato, 5,7 mil trabalhadores do IBGE, em
todas as unidades, são efetivos, sendo que 4 mil vagas serão abertas por
profissionais que estão para se aposentar. Já os temporários, somam 4,7 mil.
“Pela lei, as contratações temporárias são para pesquisas sazonais de interesse
público, como o Censo. Agora em todas as pesquisas, para acumular funções, é
mera substituição de força de trabalho efetiva por força de trabalho barata e
precária”, reforçou Ana.
Estão mobilizados para acompanhar a reunião com o
Planejamento servidores de diversas unidades, como os de São Paulo, que vieram
em caravanas para o Rio. A perspectiva é que o governo sinalize com grupos de
Trabalho para discutir a carreira dos servidores e a regularização dos
temporários. O Assibge quer que o governo acerte prazos para colocar em prática
as decisões.
O IBGE confirmou que a Pesquisa Mensal do Emprego, que mede
a taxa de desemprego em seis regiões metropolitanas, foi prejudicada nos dois
meses de greve. Já a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) Contínua
teve problemas em junho. O órgão disse que deve se pronunciar sobre a greve
depois de reunião com a categoria e o Planejamento.