BSPF - 21/10/2014
A Federação Nacional dos Policiais Federais – Fenapef -
decidiu pela suspensão da greve em todo o país. A decisão foi tomada nesta
terça, 21, à noite, em uma videoconferência com todos os 27 sindicatos
regionais. Na reunião foi aprovado um voto de confiança à intervenção do
Ministro interino da Casa Civil, Valdir Simão e do Ministro da Secretaria de
Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, que estabeleceram um compromisso já
agendado para solucionar a crise na Polícia Federal.
A greve foi decidida pela categoria, em resposta ao
encaminhamento, pelo Governo Federal, da MPV 657/2014, que injustificadamente
definiu melhorias apenas para os delegados, a ponto de ser revelado por um
Deputado Federal, em um veículo de comunicação de grande circulação “o Governo
teve que editar uma MP à noite, porque sabia que hoje seria uma pancadaria.
Botamos o Governo de joelhos.”
As primeiras manifestações já haviam se iniciado em algumas
capitais, mas a intervenção de Berzoini e Simões foi considerada o início de
uma solução política, que vai envolver vários ministérios na busca pelo justo
reconhecimento profissional de todos os policiais federais. Afinal, para os
dirigentes sindicais, o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o Diretor
da PF, Leandro Daiello, são os grandes responsáveis pela crise institucional do
órgão.
Segundo a federação, a alta cúpula do governo federal
demorou a perceber os efeitos da péssima gestão da Polícia Federal e seus
impactos para os servidores e para a Sociedade. A entidade afirma que a gestão
da segurança pública tem sido desastrosa, e a personalidade forte de Cardozo
tem sido o maior obstáculo para a modernização de um modelo burocrático e
ineficiente de polícia fascista, herdado da época da ditadura.
Jones Borges Leal, presidente da Fenapef, explica que “a
suspensão da greve mostra que o movimento sindical da PF é apartidário e justo.
Só queremos trabalhar em paz e sermos reconhecidos pelo nosso esforço e
dedicação. Estamos há quase seis anos com salários congelados e nossas
atribuições são realizadas na informalidade, pois não temos uma Lei Orgânica
que reconheça nossas atividades de inteligência, análise criminal e perícias”.
Fonte: Agência Fenapef