BSPF - 14/10/2014
Servidores temem ebola e pedem que imigrantes passem por
triagem. 'Não há exames que possam detectar o vírus', diz presidente.
O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Federais
no Acre (Sindsep-AC), Pedro Nazareno, informou ao G1, nesta segunda-feira (13),
que os servidores do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), em Rio Branco,
querem que os imigrantes passem por uma triagem antes de receber atendimento no
órgão, porque temem o vírus ebola. Eles pedem ainda melhorias na infraestrutura
e aumento do número de profissionais, em função do aumento de imigrantes que
chegam ao Acre, todos os dias, desde 2010.
"Ainda não vislumbramos a possibilidade de chegar
alguém contaminado ao MTE, mas é importante enfatizar que os servidores estão
em contato direto com esses estrangeiros sem nenhuma forma de proteção. Queremos que o governo federal tome outras medidas
para tentar passar mais segurança no acesso desses imigrantes ao Brasil",
destaca.
Além disso, o presidente do Sindsep alega que os servidores
têm que lidar com o aumento do atendimento dos imigrantes e também dar suporte
à demanda local. "Nós continuamos atendendo a localidade. Temos três
servidores que fazem o atendimento direto, além de outros setores. Outro dia,
tivemos um problema: senegaleses e haitianos começaram um tumulto, só temos um
vigilante e ele teve que resolver", relata.
Pedro afirma que os servidores temem a facilidade de que
esses imigrantes tem entrado no país. "Não há exames que possam detectar
se eles estão trazendo vírus ou não. Não tem uma quarentena e aqui não temos
infraestrutura para atender nenhum deles que por ventura chegue doente",
ressalta.
O sindicato pretende, juntamente com os fiscais do MTE,
fazer um ato público em frente à sede do Ministério, nesta terça-feira (14),
para chamar atenção das autoridades para as exigências feitas pela categoria.
"O ideal é que exista uma quarentena, mas se o vírus tem uma encubação de
21 dias, o importante é que tenha uma quarentena antes deles entrarem no
país", finaliza.
Os imigrantes, em Rio Branco, ficam hospedados no abrigo
montado na Chácara Aliança, bairro Irineu Serra. De acordo com a coordenação da
Secretaria de Estado e Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) uma média de 100 a
120 imigrantes têm chegado diariamente ao Acre, pela fronteira.
Fonte: G1 AC