BSPF - 13/11/2014
A aprovação nesta terça-feira, 11, sem quórum, do relatório
do senador Romero Jucá na Comissão de Consolidação da Legislação Federal e
Regulamentação de Dispositivos da Constituição (CMCLF), que impõe uma série de limitações
ao direito constitucional dos servidores a paralisação de atividades quando
assim entenderem necessário, deve mover um intenso trabalho de força tarefa no
Congresso Nacional.
A Condsef entrou hoje em contato com o Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar) e conseguiu informações importantes sobre a tramitação a partir de agora do projeto que trata do direito de greve dos servidores. O Diap recomenda que os servidores cobrem de parlamentares a abertura de espaços, em outras comissões, por exemplo, que possam ampliar o debate com a sociedade em torno deste e de outros temas como trabalho doméstico e escravo que também tiveram relatórios aprovados sem a devida discussão.
A Condsef entrou hoje em contato com o Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar) e conseguiu informações importantes sobre a tramitação a partir de agora do projeto que trata do direito de greve dos servidores. O Diap recomenda que os servidores cobrem de parlamentares a abertura de espaços, em outras comissões, por exemplo, que possam ampliar o debate com a sociedade em torno deste e de outros temas como trabalho doméstico e escravo que também tiveram relatórios aprovados sem a devida discussão.
Nos próximos dias, o parecer do senador Romero Jucá que foi
aprovado na CMCLF ganha número e ano e segue para o plenário do Senado. A
partir daí é aberto um prazo para a apresentação de emendas. Nesse caso, o
objetivo é buscar apoio de parlamentares que possam assegurar direitos que
estão restringidos ou mesmo impedidos pelo texto que foi aprovado na comissão.
As centrais que buscaram negociação ao longo deste processo de relatoria, entre
elas a CUT, reclamam que não houve consenso nem em 80% do texto aprovado na
CMCLF, o que está sendo considerada uma imposição aos trabalhadores.
O jornalista e assessor parlamentar do Diap, Neuriberg Dias,
que acompanha essa movimentação no Senado, explica que caso emendas sejam
acatadas, o projeto volta então para o senador Jucá que apresenta novo parecer
à CMCLF e só aí o projeto seguiria para a Câmara. Em caso de aprovação direta,
sem emenda, o projeto segue, necessariamente, para a Câmara. Lá, o mesmo
processo acontece com a abertura de prazo para apresentação de emendas. Caso
sejam incluídas, o texto volta para o senador Jucá e é mais uma vez submetido
ao plenário da Câmara para a votação. Dias acrescenta que tanto Câmara quanto
Senado podem discordar do texto do projeto, lideranças de partidos também podem
pedir emendas que, caso aprovadas, entram no texto do projeto.
Aprofundar o debate
Dias, no entanto, destaca que é importante que os servidores
cobrem a ampliação do debate em torno desse projeto. É possível que
parlamentares peçam a redistribuição dos projetos aprovados na CMCLF para
outras comissões, garantindo assim a possibilidade de ampliar e aprofundar a
discussão com realização de audiências públicas que não foram feitas em nenhum
momento ao longo desse processo.
A Condsef deve discutir ações em conjunto com outras
entidades representativas dos servidores. Além de buscar assegurar o direito
constitucional dos trabalhadores do setor público à greve quando assim
considerarem necessário, o debate sobre negociação coletiva - direito ainda
negado à categoria - deve ser estimulado. A mobilização e unidade devem ser
construídas em torno desses temas. A expectativa continua sendo de que esse
debate seja conduzido de forma adequada, sem atropelos e zelando por justiça,
sem ferir os direitos garantidos a todo trabalhador.
Com informações da Condsef