Exame - 26/01/2015
O governo brasileiro (federal, estadual e municipal) emprega
3,2 milhões de pessoas, de acordo com os últimos dados do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE), de 2012.
É o equivalente a 1,6% da população – se fosse uma empresa,
seria maior do que qualquer outra no mundo em número de funcionários!
Consequentemente, melhorar a gestão dessa enorme força de trabalho, assim como
acontece nas grandes companhias do setor privado, se tornou uma necessidade
para União, estados e municípios.
Nos últimos anos, muitos governantes têm tomado medidas
nessa direção. A principal delas é sair em busca de servidores com ótima
formação acadêmica, capazes de modernizar o serviço prestado à sociedade. Na
prática, eles oferecem altos salários associados aos postos de maior
qualificação e possibilidade de crescimento.
A boa notícia é que cada vez mais jovens recém-formados
vislumbram começar sua carreira no setor público. Na esfera federal, por
exemplo, o número de funcionários com menos de 30 anos de idade acresceu 113%
nos últimos 12 anos, segundo o IBGE. O que ainda precisa mudar, porém, na
opinião de profissionais e especialistas, é o motivo pelo qual muitos desses
jovens escolhem essa carreira – que ao mesmo tempo também afasta muita gente do
setor.
Desde a crise financeira de 2008, diante das incertezas da
economia, muitos deles ainda optam pelo funcionalismo público motivados
especialmente pela estabilidade dos cargos em comparação à alta competitividade
do setor privado – e não por considerar a carreira pública desafiadora ou pela
chance de contribuir diretamente na construção de políticas para um país melhor.
Àqueles que já consideram o setor público para começar sua
carreira e também àqueles que acreditam que ser funcionário público é sinônimo
de ser acomodado, propomos algumas reflexões:
Comodismo versus eficiência
Para Fernando Abrucio, coordenador do curso de Administração
Pública da FGV (Fundação Getúlio Vargas), a antiga ideia de que o setor público
é para os acomodados não poderia estar mais errada. “Para aumentar a eficiência
da máquina pública, precisamos de profissionais muito qualificados e...
Leia a íntegra em Carreira pública é mesmo para você?