Agência Câmara Notícias
- 19/03/2015
Deputados e representantes dos médicos se reuniram na
Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados, nesta
quinta-feira, para discutir propostas para uma agenda parlamentar para a
categoria. A principal delas foi o plano de carreira no serviço publico.
Os representantes do Conselho Federal de Medicina, da
Federação Nacional dos Médicos e da Associação Médica Brasileira ressaltaram
sua preocupação com o aumento no número de instituições que oferecem cursos de
graduação em medicina, com o déficit no número de vagas na residência e com a
falta de um plano de carreira para a categoria.
Plano de carreira
O representante do Conselho Federal de Medicina, Alceu
Pimentel, defendeu a adoção de um plano de carreira para os médicos no serviço
público, como forma de tornar as pequenas cidades atrativas para os
recém-formados, o que não ocorre atualmente. "O governo diz que temos
falta de médicos, nós dizemos que temos má distribuição de médicos e nós temos
inclusive pesquisas que provam isso, que demonstram essa demografia. O que nós
temos é baixo incentivo, o SUS não é atrativo para que o médico vá para o
interior", assinalou Pimentel.
O deputado Mandetta (DEM-MS) informou que o objetivo da
reunião é justamente ouvir os anseios dos médicos para que a Câmara possa atuar
de forma correta e direcionar as políticas públicas para que não haja mais
prejuízo à população a curto, médio e longo prazo.
O deputado criticou a política do governo federal que, em
vez de oferecer um plano de carreira para os médicos do Sistema Único de Saúde
(SUS), prefere importar médicos de outros países para atuarem com contratos
precários nas pequenas cidades. "Como o governo não quer fazer essa
proposta, não quer oferecer concurso, não quer ter a responsabilidade desta gestão,
ele encontrou um caminho mais fácil na atenção básica de trazer médicos de
Cuba. Mas está deixando médicos brasileiros à mercê da ótica de mercado. Para
que aumente a um número absurdo a relação de médicos no Brasil e que daí por
transbordamento - vamos dizer assim - que esses profissionais tenham que ir por
absoluta falta de emprego nos grandes centros."
Na próxima terça-feira (24), a Comissão de Seguridade Social
e Família vai decidir se será ou não instalada uma subcomissão de graduação,
pós-graduação e mercado para analisar os problemas enfrentados pela categoria.
A ideia é que exista uma subcomissão semelhante na Comissão de Educação para
que os trabalhos sejam realizados em conjunto.