Vera Batista
Correio Braziliense
- 25/06/2015
O encontro foi agendado com um dia de antecedência, entre as
49 entidades e o Ministério do Planejamento e do Trabalho, para discutir
campanha salarial de 2015
O Secretário de Relações do Trabalho do Ministério do
Planejamento, Sérgio Mendonça, se reúne na tarde desta quinta-feira (25/6), com
membros de 49 entidades representativas dos servidores públicos federais, para
debater o reajuste salarial, na sede do ministério. A reunião foi agendada para
o governo apresentar uma contraproposta às reivindicações da campanha salarial
de 2015.
Segundo a vice-presidente do Sindicato Nacional dos
Analistas e Técnicos da Controladoria da União e do Tesouro Nacional (Unacon),
Márcia Uchôa, Mendonça começou a reunião apresentando a proposta de 21,3% de
ajuste em quatro anos: 5,5% em 2016, 5% em 2017, 4,75% em 2018 e 4,5% em 2019.
No entanto, o secretário ressaltou que a negociação não ficaria engessada pelo
próximos anos, aberta para discussões, caso o cenário econômico previsto hoje
não se confirme, afirmou Uchôa. Mendonça teria reconhecido que os servidores
foram prejudicados com o aumento de 15,8%, em três parcelas, abaixo da inflação
concedido em 2012. O caso rendeu uma das maiores greves gerais da história do
funcionalismo público, à época.
Participantes da reunião relatam que o clima é de tensão.
Desde que Mendonça fez a proposta de ajuste do governo, as negociações não
evoluíram muito. Servidores estão indignados, porque o secretário está condicionando
um possível reajuste dos benefícios (ticket alimentação, vale creche, entre
outros) à aceitação dos 21,3% pelas entidades.
Em março deste ano, o Ministro do Planejamento, Nelson
Barbosa, havia declarado que os 27,3% de reajuste salarial eram "inviáveis".
Os boatos pela Esplanada dizem que o governo dará, no máximo, de 7 a 9% de
aumento por ano, em três ou quatro parcelas. Há também quem diga que, o aumento
total será apenas de 12%. Nenhuma das alternativas foi confirmada e não agrada
ao funcionalismo.
Além de Mendonça, a subsecretária de Relações do Trabalho,
Edina Lima, e outros representantes do governo também estão presentes no
encontro - que começou com pouco mais de uma hora de atraso. Os servidores
reclamam que a convocação para a reunião, no início da tarde de ontem, foi
feita muito em cima da hora. Muitos representantes não conseguiram voo de volta
para seus estados.