Jornal Extra
- 30/06/2015
Com o recesso parlamentar se aproximando, o Senado pode ter
uma semana decisiva para o ajuste fiscal defendido pelo governo federal para
reequilibrar as contas públicas. A partir desta terça-feira, os parlamentares
devem se dedicar integralmente às propostas que podem levar debates polêmicos para
a Casa. Entre os projetos que podem ser votados, está o que concede reajuste de
até 78% para os servidores do Judiciário e que contraria os cortes da União.
De olho no impacto que será causado nas contas públicas,
Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, se comprometeu a aguardar que
o governo apresente uma proposta dentro do orçamento federal que contemple os
três poderes, não só o Judiciário. Com isso, há uma expectativa de que a
votação seja adiada para o mês que vem, embora a pressão pela análise seja
intensa. É que já está marcada para o dia 7 de julho uma nova reunião entre o
governo e as entidades que representam os funcionários públicos.
Na última quinta-feira, o Ministério do Planejamento, Nelson
Barbosa, propôs um reajuste de 21,3% para todos os servidores federais,
escalonado, de 2016 a 2019. O pedido foi levado ao presidente do Supremo
Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, Pela proposta polêmica que aguarda
no Senado, o aumento varia de 53% a 78,56% e seria concedido de acordo com a
função exercida no Judiciário. Se aprovado, o pagamento será escalonado, em
seis parcelas, de julho deste ano a dezembro de 2017. O ministério estima que o
aumento custará R$ 25,7 bilhões nos próximos quatro anos.