Vera Batista
Correio Braziliense
- 20/08/2015
No primeiro dia de greve por tempo indeterminado, os auditores
fiscais da Receita Federal afirmam ter conseguido a maior mobilização da
história da carreira, aprovada por unanimidade por assembleia nacional. Ainda
não foi feito um balanço total da paralisação. Porém, dados preliminares
levantados pelo Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais (Sindifisco) apontam
que mais de 99% dos profissionais cruzaram os braços e aderiram à campanha pela
valorização do cargo.
Após tentativas frustradas - duas emendas foram rejeitadas
pelo Congresso Nacional -, os auditores exigem a inclusão na Proposta de Emenda
à Constituição (PEC) n° 443/2009,
estabelecendo que os salários serão 90,25% dos subsídios dos ministros do
Supremo Tribunal Federal (STF). Na PEC estão apenas os advogados e os delegados
federais. O entendimento da categoria é que os auditores também fazem parte das
carreiras jurídicas do Poder Executivo e foram prejudicados.
Eles defendem também a PEC nº 102 - que reestrutura a
carreira de auditor. E vão fazer uma representação na Câmara para que sejam
retirados da PEC nº 391, na qual também estão os analistas tributários. Dizem
que foram "arbitrariamente incluídos nela". Eles não querem ouvir
falar no percentual de reajuste de 21,3%, em quatro parcelas até 2019, que o
governo ofereceu à totalidade dos servidores públicos federais.
Na última reunião com o secretário de Relações do Trabalho
do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, em 14 de agosto, segundo o
presidente do Sindifisco, Cláudio Damasceno, pontos fundamentais não foram
avaliados.