domingo, 21 de agosto de 2016

Funcionalismo: A folha de pagamento não tem nada a ver com o déficit


BSPF     -     21/08/2016




Quanto mais leio, ouço ou vejo os economistas discorrerem sobre déficit público, mais me sinto repetitiva.

E chata.

Pode ser que minha aritmética esteja superada.

Durante o tempo em que andei afastada deste espaço que você tanto prestigia, segui virando e revirando os mais fundamentados argumentos sobre a necessidade de corte de despesas dos governos federal, estaduais e municipais.

São fantasticamente convincentes.

Pena que nenhum deles considere o inchaço das “despesas”, digamos, não contabilizadas da corrupção enraizada em todas as instâncias e ideologias.

Na mídia em geral, segue prevalecendo a certeza de que as despesas públicas que mais crescem atendem pelo nome de folha de pagamento.

A julgar pela amostra que vimos a partir da Lava Jato, obviamente a despesa que mais cresce é bem outra: trata-se da ladroagem de dinheiro dos impostos.

Governantes se apropriam do dinheiro que sabem tão bem nos cobrar.
E não o contrário.

Não são os aposentados, tampouco os funcionários públicos, que quebram os tesouros oficiais.
As novas delações de empreiteiros e subordinados vão escancarar o fato de que todos os partidos – e a ampla maioria de seus respectivos caciques – roubam a céu aberto.

Como, então, punir ainda uma vez o cidadão em nome do acerto de contas públicas?

Não é por nada, mas será que é tão difícil assim fazer uma conta simples para se chegar à conclusão de que o combate ao déficit público começa pelas medidas contra a corrupção?

Como já disseram tantas vezes os procuradores que compõem a força tarefa da Lava Jato, a corrupção é apartidária, e mudança de governo não muda nada.

Fonte: Blog da Lillian Witte Fibe



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