Jornal da Câmara
- 10/08/2016
O deputado Jair Bolsonaro (PSCRJ) queixou-se em Plenário da
remuneração nas Forças Armadas e condenou a possibilidade de mudança nas regras
de aposentadoria, como chegou a ser sugerido pelo governo do presidente
interino Michel Temer. “Eu não falo pelas Forças Armadas, falo como capitão do
Exército que fui. O que me trouxe a esta tribuna foi a questão salarial – que
vem se agravando há muito tempo, não é de agora. É preciso colocar um ponto
final nisso. As Forças Armadas têm que ter paz para trabalhar.”
Bolsonaro criticou a recente correção dos salários, com uma
parcela inicial de 5,5% a partir do último dia 1º e totalizando 25,5%, até
2019. “Como o último reajuste foi em março de 2015, e a inflação deste ano já
suplantou os 5%, nem sequer os 5% concedidos cobriram a inflação.”
Segundo o
parlamentar, em 2000, durante o governo FHC, foi dito que uma nova lei de
remuneração seria benéfica. “Alguns dias depois, aconteceu o contrário. Foi
editada uma medida provisória, nunca votada, pela qual os poucos direitos que
ainda tínhamos foram suprimidos.” Em relação a aposentadorias, Bolsonaro
criticou a ideia de mudanças e disse que não há Previdência militar.
“O Tribunal de Contas
da União, há pouco tempo, reconheceu que não temos um sistema previdenciário. O
que se gasta com as Forças Armadas já vem no Orçamento”, afirmou. “Quando se
fala em reforma da Previdência, sempre vejo aqui o pessoal contrário a que se
mexa nos ditos direitos trabalhistas. Mas, dos 40 direitos trabalhistas, o
militar só tem meia dúzia. Dos 40, só tem direito a 6, dentre eles as férias”,
ressaltou.