Jornal Extra
- 10/08/2017
O governo bateu o martelo e vai revisar as metas fiscais de
2017 e 2018. O rombo deste ano subirá de R$ 139 bilhões para R$ 159 bilhões. Já
o déficit primário do ano que vem passará de R$ 129 bilhões para R$ 149
bilhões.
Para conseguir o resultado, o governo vai apertar o
funcionalismo público. Serão encaminhadas ao Congresso propostas para adiar o
reajuste dos servidores de 2018 para 2019 (o que resulta numa redução de gastos
de R$ 9 bilhões) e para acabar com o auxílio reclusão, pago a famílias de
detentos (dando uma economia de R$ 600 milhões).
O governo quer ainda limitar os salários iniciais do
funcionalismo a R$ 5 mil. Segundo integrantes da equipe econômica, existem hoje
carreiras em que o funcionário ingressa no serviço público ganhando quase R$ 20
mil, o que faz com que ele atinja o teto muito cedo.
A equipe econômica chegou a propor ao presidente Michel
Temer acabar com o auxílio funeral, mas a ideia acabou vetada.
Embora aumentem o rombo fiscal, as novas metas são ousadas,
segundo interlocutores do governo. O potencial de frustração de receitas é
superior a R$ 20 bilhões em 2017. E para 2018, o déficit detectado internamente
varia entre R$ 40 bilhões e R$ 50 bilhões. Isso significa que o governo terá
que apertar muito os cintos para chegar aos novos números.
(Geralda Doca e Martha Beck)