BSPF - 10/09/2017
O presidente Michel Temer reuniu-se hoje (9) com alguns
ministros para debater a agenda econômica a ser implementada nos próximos
meses. De acordo com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, um dos
participantes da reunião, o governo decidiu retomar agora, “com toda a ênfase”,
a discussão que trata da aprovação da reforma da Previdência Social no
Congresso Nacional.
Meirelles disse que é “fundamental” que se aprove as
mudanças na Previdência neste ano para que o Brasil entre em 2018 com a reforma
feita, o que aumentará a confiança na recuperação econômica. Na opinião do
ministro, será possível concluir a votação da reforma em outubro, mesmo com o
atual cenário político que o Brasil vive.
“A agenda da reforma da Previdência e de outras reformas
econômicas vai muito além de um governo, de um determinado momento do país.
Está claro que, a manter a presente trajetória fiscal, o Brasil terá problemas
importantes e sérios nos próximos anos”, declarou o ministro. Para Meirelles.
os parlamentares que pretendem concorrer nas eleições de 2018 e participar do
governo em 2019 são os maiores interessados na aprovação da reforma da
Previdência neste ano.
Segundo o ministro, a situação fiscal demanda preocupações,
mas existe um grande grau de confiança no mercado expresso pela alta das bolsas
e pela queda do câmbio e dos juros. “A gente pressupõe que as reformas
fundamentais estão sendo aprovadas e que o teto de gastos está sendo implementado,
mas evidentemente, para que isso se consolide, a reforma da Previdência é
fundamental”, advertiu.
Ajuste fiscal
O ministro Henrique Meirelles informou que as medidas
provisórias relativas ao ajuste fiscal ainda não têm data para serem
publicadas. “Essas medidas estão sendo processadas, e eu não tenho a informação
do dia especifico que serão editadas”, informou. Para cumprir a meta de déficit
primário (resultado negativo nas contas do governo desconsiderando os juros da
dívida pública) de R$ 159 bilhões em 2018, o governo pretende antecipar a
cobrança de Imposto de Renda dos fundos exclusivos de investimento, adiar os
aumentos de salário dos servidores públicos por um ano e aumentar, de 11% para
14%, a contribuição dos servidores federais para a Previdência do serviço
público.
As declarações do ministro Meirelles foram feitas à imprensa
após almoço no Palácio do Jaburu com o presidente Michel Temer. Também
participaram do almoço os presidentes da Câmara, deputado Rodrigo Maia; do
Senado, senador Eunício Oliveira; os ministros da Justiça, Torquato Jardim; da
Secretaria-Geral, Moreira Franco; da Secretaria de Governo, Antônio Imbassahy,
e da integração Nacional, Helder Barbalho.
Meirelles disse que a reunião teve dois momentos: o almoço e
o debate da agenda econômica. Segundo o ministro, além dele e de Temer, os
ministros Moreira Franco e Antonio Imbassahy participaram das discussões das
medidas para a economia.