BSPF - 17/01/2018
O diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia,
apresentou nesta terça-feira (16) a associações e sindicatos de policiais
federais um projeto administrativo que pretende reestruturar o órgão e criar
nova carreira formada por policiais de nível educacional médio para funções
tidas de menor complexidade, como segurança de patrimônio e patrulhamento.
Hoje as carreiras na PF só podem ser ocupadas por servidores
de nível superior. Antes de se tornar lei, a proposta teria que ser aprovada
por Ministério da Justiça, Palácio do Planalto e Congresso Nacional. A
reportagem apurou que o presidente Michel Temer deu sinal verde ao andamento da
proposta.
Ao assumir esses papéis como vigilância de presos e
segurança patrimonial, hoje exercidos por servidores de nível superior, a nova
carreira liberaria grande contingente de policiais para assumir papel mais
ativo em investigações sobre crimes federais. O número de policiais de nível
médio ainda não está definido.
As atuais carreiras da PF são de delegados, peritos
criminais, agentes, escrivães e papiloscopistas. As entidades representativas
dos servidores irão analisar as propostas.
O comando da PF quer aprovar as alterações até meados do
ano, o que permitiria lançar em 2019 os primeiros concursos públicos para a
formação da nova carreira.
Os detalhes foram explicados às entidades pelo delegado
Delano Cerqueira Bunn, que foi coordenador de recursos humanos da PF até 2015 e
hoje é superintendente regional da PF no Ceará.
Durante três anos ele atuou na formatação de uma proposta,
ainda na gestão do ex-diretor Leandro Daiello Coimbra, mas a ideia não foi
tornada lei.
Segundo Bunn, o projeto incorpora estudos comparativos com
polícias federais de 13 países e reuniões com técnicos do Ministério do
Planejamento e do TCU (Tribunal de Contas da União).
Sobre a nova carreira, disse que a força extra
"atenderia às necessidades de ordem prática que a instituição não pode
deixar de ter".
"Há mais de dez anos o número de policiais federais tem
se mantido praticamente o mesmo [cerca de 11 mil], enquanto as demandas são
cada vez mais frequentes. A Polícia Federal precisa crescer, mas crescer da
forma correta", disse Bunn à reportagem.
O presidente da ADPF (Associação Nacional dos Delegados da
Polícia Federal), Edvandir Paiva, disse que não há opinião formada sobre a
proposta porque ela deverá ser avaliada pela categoria nos próximos dias.
"Era um projeto que, em linhas gerais, vinha desde 2015. O ambiente da
reunião foi tranquilo."
Luís Antônio Boudens, presidente da Fenapef (Federação
Nacional dos Policiais Federais), viu o projeto de maneira positiva. "Pelo
que vimos, vai melhorar. Vai trazer mais segurança jurídica e maior motivação
interna."
(Folhapress)
Fonte: Aquidauana News