O Dia - 21/01/2018
A intenção do governo é publicar a medida até o fim deste
mês
Rio - O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia
(DEM-RJ), quer dar prioridade à votação da nova medida provisória da União para
lançar outro Programa de Demissão Voluntária (PDV). O governo vem conversando
com o parlamentar, e, segundo fontes do Executivo federal, Maia já demonstrou
que pretende levar o texto ao plenário no início dos trabalhos da Casa, em
fevereiro. O objetivo da equipe de Temer é que o PDV se torne um instrumento
permanente para "flexibilização" da gestão da máquina pública.
A intenção do governo é publicar a medida até o fim deste
mês. O Ministério do Planejamento enviou o texto na semana passada à Casa Civil
da Presidência da República. E a edição final sairá do órgão para publicação no
DO da União.
O teor da norma deverá ser, em sua maioria, como da MP 792,
de 26 de julho de 2017, que lançou o programa. E o texto também trará mais duas
modalidades para a redução de gastos: a licença não remunerada e a redução da
jornada (de 40 horas para 30 horas semanais ou 40 horas para 20 horas semanais)
com salário proporcional.
Ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira havia afirmado, na
época, que as medidas se apresentavam como um "caminho prudente e gradual
para o servidor que deseje um dia deixar o serviço público em definitivo".
A MP 792 perdeu a validade em 28 de novembro. Ao todo, 240
pessoas aderiram ao programa completo: 153 se interessaram pela redução de
jornada, 76 pela saída do setor público, e 11 pela licença.
PARA ATRAIR MAIS
O número de adesões mostraram que a medida mais atrativa
para o funcionalismo foi a redução de jornada. Por isso, segundo fontes,
técnicos da União pretendem criar, nessa modalidade, um mecanismo ainda mais
chamativo para os servidores. Também estão sendo alinhavados ajustes jurídicos
em todo o programa. O restante, de acordo com as informações, seguirá o texto
da medida provisória de 2017.
125% POR ANO
Para a demissão voluntária, o governo criou incentivo de um
salário e um quarto do valor (125%) por ano trabalhado. Essa proposta será
mantida, informou o Planejamento. A pasta ficará encarregada de abrir prazos, a
cada ano, para inscrições no PDV. Não poderão aderir ao programa aqueles em
estágio probatório e que tenham cumprido requisitos para a aposentadoria.
JORNADA REDUZIDA
Os funcionários que optarem pela redução de jornada com
remuneração proporcional terão como incentivo o pagamento adicional de meia
hora diária. A limitação pode ser de oito horas diárias para seis ou quatro
horas. Na fila de adesão, haverá preferência da concessão ao benefício para
servidores com filho de até seis anos ou responsáveis pela assistência e
cuidados de pessoa idosa. Também terá prioridade aqueles com dependente doente
ou com deficiência.
ÓRGÃOS
Na proposta anterior, podiam se inscrever nas três
modalidades os servidores da Administração Direta (como ministérios,
secretarias e Advocacia Geral da União); das autarquias (Banco Central, Colégio
Pedro II, INPI, agências reguladoras e INSS) e fundações (IBGE, Biblioteca
Nacional e universidades federais). Ainda não se sabe se isso será mantido.
LICENÇA
Também deverão ser mantidas as condições para a licença
incentivada sem remuneração. Entre elas, estão o pagamento de três salários aos
servidores que ficassem afastados por três anos consecutivos, e a autorização
para exercerem atividades econômicas privadas, desde que não configurem
conflito de interesses com o cargo público ao qual são vinculados. Essa
autorização também vale para aqueles que optaram pela jornada reduzida.
NÃO ALCANÇADA
Como vinha anunciando, o Governo Temer pretendia economizar
cerca de R$ 1 bilhão por ano com o PDV, a licença incentivada sem remuneração e
a redução de jornada. No programa lançado no ano passado, o número de inscritos
ficou bem abaixo do esperado, que era de alcançar 5 mil pessoas. Acredita-se
que, abrindo novo prazo agora, mais servidores poderão se interessar pelas
propostas.
Por Paloma Savedra