Jornal Extra
- 19/11/2017
O fundo de previdência complementar criado para o
funcionalismo da União há 14 anos ainda enfrenta resistência e patina na
quantidade de adesões. Um levantamento feito pelo Ministério do Planejamento e
pela própria instituição — a Fundação de Previdência Complementar do Servidor
Público Federal (Funpresp) —, a pedido do EXTRA, aponta que, dos 115.384
funcionários que ingressaram na administração pública federal (no Poder
Executivo), desde 2013, somente 23.587 aderiram ao sistema de contribuição
adicional.
Neste ritmo, a aposentadoria e o nível de renda dos
servidores federais ficarão ameaçados. Caso a tendência se mantenha nos
próximos anos, os funcionários que entraram no serviço público a partir de
2013, com salários que podem passar de R$ 20 mil, terão o benefício limitado ao
teto pago pelo INSS (hoje de R$ 5.531,31).
Dados do Ministério do Planejamento mostram o desinteresse
do funcionalismo pela adesão à Funpresp. Em 2013, por exemplo, ano em que o
fundo passou a funcionar efetivamente, dos 25.815 servidores que entraram na
carreira, apenas 2.095 passaram a contribuir para a fundação. E, apesar de os
números terem aumentado nos anos seguintes, a proporção de quem opta pelo
recolhimento extra ainda é baixo. Em 2016, dos 20.813 novos funcionários, somente
8.016 aderiram ao recolhimento adicional.
— A Funpresp foi a forma encontrada pelo governo federal de
limitar o salário do servidor e incentivá-lo a fazer uma contribuição extra
para ter um benefício melhor. Mas os dados mostram que a realidade é diferente
da teoria. Quem costuma optar pela adesão são servidores de alto escalão, com
salários superiores a R$ 10 mil ou R$ 15 mil — disse Rodolfo Olivo, economista
e professor de Finanças da Fundação Instituto de Administração.
Para o especialista, o perfil de quem adere à Funpresp é
homogêneo: servidores com bons rendimentos que não querem perder o padrão de
vida ao se aposentarem.
— Quem ganha um bom salário ao longo da vida pública prefere
contribuir. Porém, quem ganha perto do...
Leia a íntegra em Funpresp patina e tem pouca adesão entre os servidores federais