quarta-feira, 6 de maio de 2009

Funcionários da Funasa viram reféns

Autor(es): Leonel Rocha
Correio Braziliense - 06/05/2009

No segundo dia do acampamento Terra Livre, em Brasília, o movimento indígena brasileiro registrou dois protestos contra a política do governo. Um grupo com 30 guaranis invadiu a sede da superintendência da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) em São Paulo, ontem à tarde, reclamando da falta de saneamento nas suas terras e da carência de medicamentos para as aldeias. Outro grupo interrompeu uma reunião de técnicos da fundação com representantes da missão do Banco Mundial em Brasília para criticar a interrupção do trabalho da Funasa depois que o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, anunciou que esse tipo de assistência seria realizado por outra instância do governo, sem definir qual. No protesto em São Paulo, os funcionários foram impedidos de deixar o prédio. Até o fim da tarde, sete ainda estavam detidos. Em Brasília, a invasão durou alguns minutos, tempo suficiente para que os representantes do Banco Mundial ficassem sabendo da interrupção da assistência médica aos indígenas. No início da noite de ontem, a coordenação do acampamento Terra Livre entregou ao ministro da Justiça, Tarso Genro, e ao presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Marcio Meira, um documento exigindo a paralisação das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) previstas para áreas indígenas. As lideranças indígenas também exigiram do ministro a demarcação das terras dos índios Guarani-Kaiowá, em Mato Grosso do Sul, até o fim do próximo ano. As principais lideranças indígenas estabeleceram 30 de junho como prazo para que o governo decida se irá ou não demarcar a área. A definição do destino da terra depende de um termo de ajustamento de conduta elaborado pelo Ministério Público Federal, a Funai e lideranças kaiowá-guarani, em novembro de 2007, mas até hoje não executado porque os fazendeiros que ocupam a área recorreram à Justiça e o processo foi interrompido. O ministro da Justiça admitiu que as políticas do governo para os indígenas são insuficientes.
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