Jorge Freitas
Correio Braziliense
- 20/04/2012
Operação-padrão promovida ontem nos aeroportos deu início ao
movimento por reforço do contingente e reajuste salarial
Cerca de 100 policiais federais, entre agentes, escrivães e
papiloscopistas, promoveram ontem uma operação-padrão no Aeroporto
Internacional de Brasília. A ação faz parte do movimento deflagrado pela
categoria em todo o país para reivindicar reajuste salarial e aumento do
contingente da corporação, com a consequente redução do número de funcionários
terceirizados. Na próxima semana, os policiais farão assembleia para decidir se
entram em greve. A situação será levada ao governo no dia 4 de maio, em reunião
com representantes do Ministério do Planejamento.
A operação-padrão não chegou a afetar o movimento nos
aeroportos do país, inclusive em Brasília. Mas os passageiros de voos
internacionais precisaram de uma dose a mais de paciência. A triagem habitual
foi substituída pela fiscalização ostensiva, em que todos os passageiros foram
abordados. O Sindicato dos Policiais Federais no Distrito Federal (Sindipol) e
a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) aumentaram o número de
agentes que trabalham diariamente no aeroporto, passando o contingente de
quatro para 40 servidores — 16 agentes na imigração; 12 na polícia fazendária;
oito na repressão à entrada de drogas e oito para verificação de produtos
químicos.
De acordo com os representantes da categoria, esse deve ser
o efetivo padrão para realizar adequadamente as atividades pertinentes à PF. Em
razão da carência de pessoal, algumas funções estratégicas estão sendo
delegadas a terceirizados. "Diante da indiferença do governo federal e da
direção da Polícia Federal, a federação e seus 27 sindicatos vêm denunciar a
precariedade do controle de nossas fronteiras, portos e aeroportos",
afirmou o presidente da Fenapef, Marcos Wink. "A fragilização do trabalho
da PF representa um perigo real para os cidadãos e para milhares de turistas
estrangeiros , além de comprometer a imagem de nosso país."
O presidente do Sindipol, Jonas Borges Leal, disse que a PF
precisa contratar novos servidores para trabalhar na rotina e durante os
eventos internacionais programados para o país do ano que vem até 2016. A DPF
conta com 13 mil servidores e, além de reforçar o contingente, precisa
substituir os aposentados — cerca de dois mil, pelas contas dos sindicalistas.
Durante a manifestação de ontem, um ato ecumênico no saguão do aeroporto
lembrou os policiais federais mortos em ação. "Nossa reivindicação é por
menores condições de trabalho e segurança", disse Wink, da Fenapef.