Agência Senado
- 26/06/2012
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) fez um apelo, nesta
terça-feira (26), ao ministro da Educação, Aloizio Mercadante, e às entidades
que representam os professores, para que se reúnam “com o coração aberto” a fim
de encontrarem saídas para superar a greve das universidades federais. O
senador disse que a greve deixa uma perda na formação dos alunos e é como “se o
trem que levasse para o futuro parasse e voltasse para trás”. Para ele, existe
um impasse em que governo e professores não dialogam o suficiente para
encontrar um caminho.
- O governo apenas dizer que não tem recursos não basta, mas
também não basta os professores dizerem que o governo os tem. É preciso um
diálogo em cima dos números. É preciso um diálogo que veja como superar a
tragédia – afirmou.
Cristovam Buarque disse que precisa haver boa vontade dos
dois lados: os ministros devem se colocar no lado dos professores para atender
as reivindicações e os professores devem se colocar na cadeira dos ministros e
entender que os governos, muitas vezes, enfrentam limitações de recursos.
O senador pediu também que a ideia de greve todos os anos
seja considerada uma “coisa do passado”. Para ele, não há como as universidades
públicas continuarem tendo prestigio enfrentando greves todos os anos. Ele lembrou
projeto de lei de sua autoria de acordo com o qual antes de deflagrada uma
greve de professores seria necessário estabelecer “um instrumento confiável de
negociação”.
Cristovam explicou que a proposta reconhece a importância da
presença de professores em sala de aula e propõe que a greve desses
profissionais não seja decretada “de maneira simplista”, como uma primeira
forma de lutar.
- Existem outras formas de lutas e eu defendo até que sejam
mais duras, mas não sacrifiquem as aulas. Além disso, a minha proposta, nesse
projeto de lei que foi suspenso, é de que se criaria no Brasil uma espécie de
câmara de debate entre governo e professores. Toda vez que os professores
tivessem reivindicações, antes mesmo de levar ao governo, levariam a essa
câmara - explicou.