Agência Brasil
- 17/07/2012
Brasília – Servidores públicos da saúde, educação e outras
categorias pertencentes ao governo federal estão acampados na Esplanada dos
Ministérios. A manifestação, que começou ontem (16) e vai até sexta-feira (20),
busca atrair a atenção do governo para as reivindicações do setor.
Antônio Carlos Azevedo, diretor do Sindicato dos Servidores
Públicos Federais do Rio de Janeiro (Sintrasef) e servidor da área de saúde,
afirma que a categoria tem a menor remuneração do serviço público – R$ 1.900,00
com as gratificações. Segundo Azevedo, os servidores da saúde buscam a
equiparação dos salários com as outras categorias.
Outro pedido dos servidores da saúde são medidas de
reparação do governo quanto às doenças adquiridas no trabalho. “Nós temos
servidores que trabalham a vida toda no combate às endemias e, devido a
inseticidas que eram manipulados, 99% de nós estamos doentes”, afirma Azevedo.
De acordo com ele, oito trabalhadores do Rio de Janeiro morreram em decorrência
da manipulação de inseticidas.
Marcel Matias, coordenador do Sindicato Nacional dos
Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica de Natal
(Sinasefe Natal), afirma que a greve foi o último recurso encontrado pelo
sindicato, que busca melhores condições de trabalho e a reestruturação da
carreira de docente e de técnico administrativo.
O sindicalista enfatiza que as duas atividades devem ser
tratadas conjuntamente. “O governo chamou apenas os docentes para apresentar
proposta. Ele tentou dividir a categoria, não apresentou [nada] para os
administrativos. Isso é ruim porque cria uma rivalidade”, afirmou.
A manifestação não tem apenas servidores públicos. No caso
dos docentes e técnicos administrativos, alunos de algumas instituições de
ensino foram à Esplanada apoiar as reivindicações. É o caso de Thais Mátia,
estudante de Minas Gerais. “As pessoas não veem a importância de a gente estar
aqui apoiando os professores. É uma causa muito importante”.
De acordo com Maurício Scotelaro, da Diretoria Executiva do
Condsef, são esperadas entre duas mil e três mil pessoas na Esplanada dos
Ministérios. As ações do dia serão definidas pelos líderes dos sindicatos, à
medida que mais servidores chegarem.