Agência Brasil
- 23/08/2012
Curitiba – Os servidores da Polícia Rodoviária Federal (PRF)
entraram hoje (23) em greve por tempo indeterminado no Paraná. Integrantes da
categoria mantêm uma vigília em frente à sede da Superintendência Estadual da
PRF, na BR-476, em Curitiba. Na manhã de sábado (25), os policiais rodoviários
pretendem fazer uma manifestação em Foz do Iguaçu (PR).
De acordo com o Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais
do Paraná (SinPRF-PR), pelo menos 30% do efetivo prestarão serviços essenciais
durante a paralisação, como desobstruções de rodovias e atendimentos a
acidentes com vítimas.
"O último reajuste salarial que conquistamos foi
concedido há quatro anos, em 2008", disse o diretor jurídico do SinPRF-PR,
Sidnei Nunes, em entrevista à Agência Brasil. "Se o governo federal vier
com essa proposta indecorosa de 5% de reajuste pelos próximos três anos, já tem
a nossa resposta: não. Esse percentual não repõe nem mesmo a inflação dos
últimos anos."
Entre os serviços afetados pelo movimento estão a emissão de
boletins de acidentes, o protocolo de recursos de multa e a disponibilização de
escoltas. "Na verdade, vamos manter mais do que os 30% exigidos por lei,
porque muitos postos da PRF funcionam hoje com apenas um ou dois policiais em
dias normais", disse Nunes. "Não haverá atendimento ao público
durante a greve."
Os policiais rodoviários federais reivindicam reajuste
salarial, ampliação do efetivo, reconhecimento do nível superior para o cargo
de policial, pagamento de adicional noturno e insalubridade, além de
reestruturação da carreira. O salário inicial na PRF é R$ 5,8 mil.
A partir de amanhã (24), detentores de cargos de chefia da
PRF devem entregar seus cargos e funções em apoio ao movimento no Paraná, a
exemplo do ocorreu em outros estados.
A greve nacional por tempo indeterminado é a primeira em
toda a história da PRF, instituição criada em 1928. "Não aceitaremos ser
tratados como primo pobre do Ministério da Justiça", disse Ismael de
Oliveira, presidente do SinPRF. "Ao invés de fazer ameaças ou propor uma
ingerência paliativa, como o uso da Força Nacional de Segurança nas regiões de
fronteira, o governo deveria negociar de fato com a categoria", disse
Nunes.