O Estado de S. Paulo
- 04/09/2012
Trégua vai até a quarta-feira, 12, quando os docentes voltam
a se reunir para avaliar se houve avanço nas negociações
Rio de Janeiro - Os professores da Universidade do Estado do
Rio de Janeiro (Uerj) decidiram, em assembleia realizada na segunda-feira, 3,
suspender a greve iniciada no dia 11 de junho. A suspensão vai até a
quarta-feira, 12, quando os docentes voltam a se reunir para avaliar se houve
avanço nas negociações com a reitoria e o governo estadual.
"Essa decisão reitera a nossa disposição em
dialogar", disse Guilherme Mota, presidente da Associação dos Docentes da
Uerj (Asduerj). Segundo ele, a medida não significa o reinício imediato das
aulas. "Nesse período, esperamos que o reitor Ricardo Vieiralves cumpra
com os compromissos assumidos em reunião esta manhã (segunda-feira,3), no seu
gabinete", declarou.
Os professores reivindicam a recomposição salarial de 22%
para recuperar a perda nos últimos anos; a retirada da representação do governo
do estado no Supremo Tribunal Federal (STF) contra os triênios; a regularização
da situação trabalhista dos professores substitutos; e o fim da dedicação
exclusiva.
No encontro com os docentes, o reitor prometeu retirar as
ações judiciais que envolvam as associações da Uerj (Asduerj, Sintuperj e DCE),
além estabelecer as condições para a prorrogação dos contratos dos professores
substitutos e aumentar, ainda este ano, as bolsas estudantis para R$ 400.
Em relação ao projeto de dedicação exclusiva apresentado
pela reitoria, a assembleia decidiu anexar algumas emendas e apresentar o
substitutivo nesta terça-feira, 4, à Secretaria da Casa Civil e à Assembleia
Legislativa (Alerj).
Segundo Mota, a Uerj é a "única universidade pública no
Rio onde os professores não contam com esse regime de trabalho [dedicação
exclusiva]. Ele permite que o professor não acumule outros empregos e trabalhe
exclusivamente no ensino, na pesquisa e na extensão dentro da
universidade".
Ele esclareceu ainda que o adicional proposto pelo governo
só atingiria o percentual de 65% em 2015 e, mesmo assim, beneficiaria apenas
uma pequena parte dos professores.
A Secretaria de Planejamento e Gestão informou, por meio de
nota, que o governo não pretende acabar com os triênios dos servidores. De
acordo com o órgão, as carreiras que já contam com o adicional por tempo de
serviço não sofrerão alterações e que a intenção da representação no STF é para
que o governo possa conceber carreiras que ofereçam outras formas de
progressão, que não os triênios.
(Agência Brasil)