BSPF - 24/09/2013
A Controladoria Geral da União decidiu destituir em
definitivo do cargo a ex-chefe do Gabinete Regional da Presidência da República
em São Paulo, Rosemary Noronha. A decisão, anunciada nesta terça-feira, 24,,
impede que Rosemary exerça qualquer outro cargo público por pelo menos cinco
anos.
A ex-chefe de gabinete é uma das acusadas na operação Porto
Seguro, da Polícia Federal, que investigou venda de pareceres e tráfico de
influência no governo federal e foi acusada de formação de quadrilha. Na época
do escândalo, em dezembro do ano passado, Rosemary pediu exoneração do cargo.
Ainda assim, foi aberto um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) pela CGU
para investigar sua conduta.
De acordo com o relatório do PAD, cujo teor foi publicado
nesta terça pela "Folha de S. Paulo", Rosemary foi considerada
culpada de receber vantagens indevidas oferecidas pelos irmãos Paulo e Rubens
Vieira, indicados por ela e nomeados, respectivamente, diretores da Agência
Nacional de Águas (ANA), e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A
servidora seria responsável por falsificações de documentos e tráfico de
influência.
A decisão do PAD é transformar a exoneração em destituição,
o que equivale, para servidores de cargos em comissão, à demissão e suspensão
do direito de ocupar cargos públicos. A decisão será publicada nesta
quarta-feira, 25, no Diário Oficial da União.
Chefe de gabinete do escritório em São Paulo no governo de
Luiz Inácio Lula da Silva, Rosemary era muito próxima do ex-presidente e foi
mantida no cargo por Dilma Rousseff a pedido dele, apesar de não ter a simpatia
da presidente. Depois de seu envolvimento no escândalo, Rosemary perdeu cargo,
influência e a simpatia de Lula.
Dilma chegou a cogitar o fechamento do escritório em São
Paulo, mas voltou atrás. Em julho deste ano, nomeou Nilza Fiuza, ex-assessora
dos deputados Luiz Eduardo Greenhalgh e Edinho Silva e ex-controller do time do
Corinthians, para o cargo.