BSPF - 28/01/2014
O lançamento da Campanha Salarial 2014, contou com
atividades em todo o Brasil. Os servidores condenaram o baixíssimo reajuste
concedido ao funcionalismo neste ano, de 5,2%, que não cobriu nem mesmo a
inflação oficial de 2013 ficou em 5,91%. A campanha foi lançada nos estados e
será lançada nacionalmente no dia 5 de fevereiro, com uma grande marcha em
Brasília.
Diante do índice rebaixado, os servidores reivindicam a
antecipação da parcela de 5,2% prevista para 2015, que faz parte de um acordo
conquistado em 2012 após uma ampla greve. O acordo previa um reajuste de 15,8%
divididos em três anos (2013, 2014 e 2015). Os servidores também reivindicam
uma política salarial permanente, definição de data-base; regulamentação da
negociação coletiva; diretrizes de plano de carreira; retirada de projetos no
Congresso Nacional que prejudicam os trabalhadores públicos – entre eles o PLS
710/2011, que retira o direito de greve dos servidores - e reajuste em
benefícios como auxílio-alimentação e plano de saúde.
“A inflação já corroeu todo o reajuste, mesmo sem a
antecipação. O que estamos tentando fazer com essa proposta é diminuir o
prejuízo”, disse o secretário-geral da Confederação dos Trabalhadores no
Serviço Público Federal (Condsef), Josemilton Costa. Nesse sentido, os servidores
pedem a antecipação dos 5,2% previstos para o próximo ano, e estão convocando
uma ampla mobilização, já com indicativo de greve para o dia 1º de março.
As entidades já estão enfrentando a reação contrária do
governo de conceder um reajuste maior. No dia do lançamento da Campanha
Salarial Unificada, o Ministério do Planejamento informou à Condsef que o
governo não pretende atender nenhuma demanda que implique impacto orçamentário
em 2014. “A postura é a mesma adotada em 2012 e que foi revertida graças à
unidade e forte greve geral, uma das maiores da história de luta dos servidores
federais”, afirma a entidade. O arrocho completo só foi impedido devido à greve
que paralisou o funcionalismo em todo o país. Para o representante da CUT,
Pedro Armengol, “o problema (para atender a pauta do funcionalismo público) não
é falta de recurso, mas sim de decisões da política macro do Estado”. Armengol
ainda avalia que, para evitar uma possível greve dos servidores públicos
federais, o governo teria que sinalizar positivamente até o final de fevereiro.
Neste ano, as mobilizações iniciaram com atos e atividades
nos estados. Em Brasília, dezenas de servidores participaram do ato convocado
pelo Sindsep-DF (Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Distrito Federal)
no Espaço do Servidor – Esplanada dos Ministérios.
O secretário-geral da Condsef, Sérgio Ronaldo, destacou a
necessidade da unidade da Confederação com as demais entidades sindicais
representativas dos servidores públicos. O secretário-geral do Sindsep-DF, Oton
Pereira Neves, encerrou o ato dizendo estar otimista com a vitória dos
servidores, ressaltando que a participação foi positiva e demonstrou a
disposição de luta dos servidores.
Entidades convocam marcha nacional em Brasília para o dia 5
de fevereiro
A primeira atividade nacional dos servidores está convocada
para o próximo dia 5 de fevereiro, quando os trabalhadores realização uma
grande marcha a Brasília. As entidades representantes do funcionalismo esperam
ser recebidos pelo governo para que se possa iniciar a negociação.
“Esperamos que o governo qualifique os espaços de negociação
para que a gente administre e resolva este conflito o mais breve possível.
Esperamos que o governo sinalize positivamente, abrindo possibilidade para que
a gente não faça greve. Nós não querermos fazer greve por fazer greve”, explica
o diretor executivo da CUT, Pedro Armengol, que também é coordenador do Ramo de
Serviço Público da Central.
Para a Condsef, “mais uma vez a mobilização e poder de
pressão da categoria serão os diferenciais para buscar atendimento,
principalmente, de acordos firmados e ainda pendentes”.
A marcha será na Esplanada dos Ministérios e a concentração
no Ministério do Planejamento (Bloco C), a partir das 9h.