Hoje em Dia - 12/02/2014
PF acusa governo de não defender a instituição da perda de
competências e de corte de investimentos
Agentes, escrivães e papiloscopistas da Polícia Federal
fizeram paralisação de 24 horas ontem. Segundo informações da Federação
Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), a mobilização por melhores salários
e condições de trabalho é realizada em frente as sedes da PF em todos os
estados e no Distrito Federal.
Em alusão ao Dia Mundial do Enfermo comemorado ontem, os
policiais usaram máscaras e encenaram uma Polícia Federal doente, com maca de
hospital, balão de oxigênio e soros.
Cruzes vermelhas também estão sendo empunhadas como um
pedido de socorro.
A Fenapef acusa o governo de maquiar os dados na divulgação
de estatísticas de inquéritos instaurados. De acordo com a entidade, houve
queda de 86%no número de indiciamentos nos crimes de colarinho branco, nas
diversas formas de corrupção.
"O despencar do número de indiciados nos crimes de
colarinho branco, na visão dos dirigentes sindicais da PF, é o reflexo da
política de segurança do Ministério da Justiça, que criou vários mecanismos
para controle político das investigações, e não tem defendido o órgão dos
cortes de investimentos, e da perda de competências para o Exército e força
nacional", diz a Fenapef.
O movimento reivindica a equiparação das carreiras às de
oficial da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e auditor da Receita Federal,
o que elevaria os salários em cerca de 100%. Um agente da PF ganha, em início
de carreira, R$ 7.500 brutos.
A ideia é que passe a receber R$ 15 mil.
Os sindicatos prometem realizar mais três paralisações de 24
horas até o fim do mês. A categoria pode também cruzar os braços nos dias 25 e
26 de fevereiro.
Na última sexta-feira, policiais federais realizaram um ato
chamado de "algemaço" - algemas foram penduradas nas unidades.
VARGINHA
Em apoio à
paralisação nacional da categoria policiais de Varginha se vestiram de ET.
Durante 24h, apenas 30% do efetivo funcionou na sede na cidade.
O único serviço que não teve prejuízo foi a emissão de
passaportes.
A manifestação aconteceu na Praça Marechal Floriano, no
Centro da cidade.
Os policiais vestiram o ET, símbolo da praça, com uma camisa
com os dizeres "S.O.S Polícia Federal". Os policiais também se
enfaixaram e usaram uma maca. O principal pedido da PF e m Varginha é a
reestruturação da carreira, reconhecendo a função de nível superior.
UBERLÂNDIA
Profissionais de Uberlândia também participam da
paralisação. Os policiais federais pedem um reajuste de 35% a 40%, enquanto o
governo federal oferece 15,8%.
Mesmo com os servidores reunidos em frente à sede da
polícia, os serviços básicos à população, como a emissão de passaportes, não
foram comprometidos, apenas as investigações estão paralisadas.
De acordo com a assessoria de imprensa da Polícia Federal, o
movimento não descarta uma greve geral antes da Copa do Mundo, em junho.
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