Antonio Temóteo
Correio Braziliense
- 16/04/2014
Representantes dos funcionários públicos reclamam da falta
de diálogo e da política salarial do atual governo
Aliadas históricas do governo, as centrais sindicais e as
entidades representativas de Servidores Públicos prometem deflagrar greves nos
próximos meses para aumentar a pressão por reajustes nos contracheques.
Insatisfeitos com a política salarial do governo da presidente Dilma Rousseff,
os representantes do funcionalismo reclamam que não são recebidos para
negociar.
Durante audiência realizada na Comissão de Trabalho,
Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados, na qual representava o
Executivo, o secretário de Relações de Trabalho no Serviço Público do
Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, o governo recebeu duras críticas
pela postura adotada de não dialogar sobre reajustes salariais.
Durante a audiência, o presidente da Central Geral de
Trabalhadores do Brasil (CGTB), Ubiraci Dantas de Oliveira, acusou Mendonça de
virar as costas para os pleitos dos trabalhadores. "Quando você esteve no
Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos),
nos apoiava mais. Nossa defasagem salarial é maior que a inflação e o governo é
autoritário."
Para engrossar o coro de descontentes, o presidente do
Sindicato Nacional de Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco),
Cláudio Marcio Oliveira Damasceno, alertou que pontos do acordo coletivo não
são cumpridos. "O governo que se diz de trabalhadores assume uma postura
nefasta. Essas atitudes são inaceitáveis", disparou.
Mendonça rebateu as críticas ao afirmar que a recomposição
salarial acordada entre as categorias condiz com o momento econômico do país e
que a deflagração de greves com acordos salariais em vigência são um problema.
"Durante o governo Lula, fizemos um trabalho de valorização dos Servidores
Públicos, com a contração e reestruturação das carreiras. E, agora, entendemos
que o que foi acordado deve ser preservado até 2015", afirmou.