Revista Veja
- 28/08/2017
Funcionalismo protesta em Brasília contra limitação dos
salários iniciais, aumento da alíquota da previdência e alteração na carreira
Servidores públicos vão paralisar suas atividades na
quarta-feira contra as mudanças na carreira pública anunciadas pelo governo há
duas semanas. Entre as mudanças estão o achatamento dos salários iniciais,
aumento na contribuição previdenciária e adiamento do reajuste salarial. Haverá
também protesto de funcionários públicos em frente ao Ministério do
Planejamento, em Brasília, a partir das 9h.
As mudanças na carreira do funcionalismo público foram
anunciadas pelo governo junto com a revisão das metas de déficit fiscal de 2017
e 2018, que foram elevadas para 159 bilhões de reais. As metas anteriores eram
de um rombo de 139 bilhões de reais em 2017 e de R$ 129 bilhões de reais em
2018.
Dentre as paralisações de atividades previstas, estão a dos
auditores federais agropecuários e funcionários do Banco Central em São Paulo e
Brasília. Representantes destas e de outras categorias de servidores públicos e
se reunirão com o Planejamento no mesmo dia.
Os auditores vão estender para quarta-feira a interrupção na
emissão de documentos destinados à exportação de gêneros agropecuários. Desde a
metade julho, os servidores já não realizam operações do tipo às segundas e
terças-feiras, em protesto pela reposição de funcionários aposentados e contra
a contratação de temporários, dentre outras reivindicações.
De acordo com o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais
Federais Agropecuários (Anffa Sindical), as fiscalizações ocorrerão normalmente
até quarta-feira, mas os trabalhos que necessitarem de acesso ao sistema por
parte dos auditores estarão suspensos.
As ações dos funcionários do Banco Central serão decididas
pelas organizações regionais dos funcionários. Os servidores de São Paulo e
Brasília farão assembleia durante à tarde, no mesmo horário em que
representantes da categoria estiverem em reunião com o ministério do
Planejamento, segundo o Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central
(Sinal).
O dia de protestos foi convocado pelo Fórum das Carreiras de
Estado (Fonacate) na última semana, e as ações específicas serão definidas por
cada uma das 27 categorias associadas à instituição.